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Top 10: Filmes Trocados - Volume 1

No ano passado dez dos filmes que assisti vieram de uma ótima troca realizada com meu chapa Jorge Miashike. Notem que este primeiro Top 10 (de uma série que manterei de agora em diante) é bastante peculiar porque ele simboliza uma de minhas preferências cinéfilas pessoais atualmente: quanto mais obscuro o filme, melhor. É como eu sempre digo para minha linda esposa... Que graça existe em assistir ao último blockbuster de Hollywood?

     "Semana passada assisti a Crepúsculo Capítulo 20!"

Grande coisa, todo mundo viu essa joça (eu não, aleluia).

Mas enfim, o que quero dizer é: quantas pessoas em seu círculo de amigos, na sua cidade ou no seu estado podem encher o peito de orgulho e dizer que teve a honra de assistir a um filme como Orville? Entendem o que quero dizer? É quase como se fosse um clube exclusivo para aqueles que têm coragem o suficiente!

Dito isso, recomendo que assistam a cada um dos filmes por conta e risco, de preferência com alto teor alcoolico no sangue e sempre à procura de referências obscuras.

Boa - A Cobra Assassina
10. Boa - A Cobra Assassina (Chaninton Muangsuwan, 2006)
Aqui em casa temos um fraco por filmes de criaturas assassinas. Cobra, tubarão, inseto, leão, crocodilo, qualquer bicho em estado de fúria assassina é garantia certa de que veremos o filme. Infelizmente, é preciso ter muito estômago para aguentar Boa - A Cobra Assassina, um trabalho tailandês amador que não tem a mínima condição de sequer ser qualificado como filme. É um desastre em todos os sentidos, perto dele o Boa com o Dean Cain é uma obra-prima.
Orville
9. Orville (Craig McMahon, 2009)
Não há modo melhor de definir Orville do que como um O Albergue de pobre. E bota pobre nisso. Apesar da boçalidade das cenas capturadas em mídia digital, este aqui pelo menos é digerível – é claro que quanto maior for o nível alcoolico do espectador, maior será o nível de apreciação. Orville, o personagem, é tão estúpido que depois de algum tempo torcemos para que ele se dê bem.
Fantasmas da Guerra
8. Fantasmas da Guerra (Su-chang Kong, 2004)
Filme coreano? Interessante... Críticas favoráveis aqui e ali? Confere. Título original em inglês estiloso (R-Point)? Também confere. Um bom filme? Somente se você for adepto de confusão extrema, do tipo em que você não consegue nem distinguir um personagem do outro. É tudo uma bagunça, com poucos sustos de verdade e nenhuma relação interessante com o cinema de horror/suspense coreano mais proeminente (Medo, Audition, Old Boy).
Demônio
7. Demônio (Philip J. Jones, 2003)
Lunáticos à solta num asilo de loucos e um pobre coitado pego no meio da loucura é o mote de Demônio. Atenção deve ser dada ao capetão, que se materializa de forma bem tosca e digna de risadas. Não confundam este aqui com o bem mais bacana Demônio de 2010, que se passa num elevador e foi produzido por M. Night Shyamalan.
Assombração
6. Assombração (Oxide Pang Chun e Danny Pang, 2006)
Assombração começa como terror, evolui para um drama lamacento e termina como suspense lynchiano. Os predicados técnicos e criativos são bons, mas a história não engrena porque o roteiro não consegue envolver o espectador como deve. Acredito que foi aqui que os irmãos Pang perderam de vez a mão para o terror, já que logo depois eles tentariam e fracassariam em Hollywood com Os Mensageiros e Perigo em Bangkok.
Canibais
5. Canibais (Michael Spierig e Peter Spierig, 2003)
Ainda sem o cacife dos Pang, aqui é outra dupla de diretores que estreia de forma ambiciosa dentro do meu gênero preferido. Os caras seguiram bem a cartilha de impactar ao máximo na introdução da história, mas não conseguem manter o mesmo nível de adrenalina pelo resto do filme. A culpa em grande parte é do protagonista, e bem que Kevin Moyers poderia tê-lo substituído para termos um pouco mais de Orville em cena. O lado bom é que o filme atraiu a atenção dos estúdios, e alguns anos mais tarde os Spierig tiveram a chance de fazer o bom 2019 - O Ano da Extinção.
Escuridão
4. Escuridão (John Fawcett, 2005)
Tal qual em Terror em Silent Hill, aqui Sean Bean é um peso morto como o pai da criança amaldiçoada. Assim, quem tem que se virar novamente é a mãe, que precisa se envolver num mistério sobrenatural de conceito bem mais assustador que o resultado obtido pelo diretor John Fawcett.
Morto em 3 Dias
3. Morto em 3 Dias (Andreas Prochaska, 2006)
É interessante ver como os alemães emulam a fórmula dos slashers adolescentes aperfeiçoada por Hollywood. Há um pouco mais de nudez, mas de resto é praticamente a mesma coisa. É indicado para fãs de coisas moderninhas e do Sexta-Feira 13 clássico (clássico mesmo, antes do advento da máscara de hóquei mais famosa do mundo).
Grizzly Park - O Parque dos Ursos Selvagens
2. Grizzly Park - O Parque dos Ursos Selvagens (Tom Skull, 2008)
Muitos estereótipos, muitas piriguetes desfilando, um semi-clone de Brad Pitt, um guarda florestal certinho e um urso assassino solto no parque do Zé Colmeia. Tudo reunido num pastiche sem qualquer pretensão, mas acreditem quando digo que é mais divertido do que parece, principalmente se você curte o subgênero de animais assassinos.
Brutal - A Face do Demônio
1. Brutal - A Face do Demônio (Daniel Maze, 2009)
Fiquei pensando depois que assisti a esse filme... Se Steve Guttenberg tivesse feito mais papeis como este sua carreira teria sido salva do ostracismo? Brutal (eita título retardado) é um filme de serial killer, e mesmo que ele não seja o ápice da produção requintada é preciso dizer que eu me diverti bastante vendo o grupo de personagens reunidos dentro da loja de conveniência se ferrarem um após o outro. O filme é um bom exemplo do que se fazer com orçamento reduzido e um elenco abençoado.

Texto postado por Edward em 27 de Fevereiro de 2014