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Filmes Vistos em Setembro - Parte 2

A Órfã (Jaume Collet-Serra, 2009) 7/10

Com: Isabelle Fuhrman, Vera Farmiga, Peter Sarsgaard, CCH Pounder, Jimmy Bennett

Psicopatas próximos já foram os temas de inúmeros filmes, como A Mão que Balança o Berço (Curtis Hanson, 1992) e O Anjo Mau (Joseph Ruben, 1993). Apesar de tentar se vender como um longa de terror pelo trailer, é preciso deixar bem claro que A Órfã é um thriller de suspense na mesma linha destes que acabo de mencionar. Esther (Isabelle Fuhrman) é uma garota russa precoce e extremamente inteligente - ela é a escolha perfeita para um casal (Vera Farmiga e Peter Saarsgard) que acaba de passar pela tragédia de perder o terceiro filho e busca a adoção como forma de compensar a dor. Assim que a garota se instala em sua nova casa sua docilidade dá lugar a um comportamento cada vez mais sinistro, enquanto os podres do relacionamento de seus pais adotivos começam a vir à tona. Há um punhado de truques de suspense baratos no filme, mas no geral o diretor Jaume Collet-Serra faz bem o dever de casa ao conduzir o roteiro enxuto, que valoriza a performance do elenco. Saarsgard chega a sair temporariamente de sua letargia habitual, o que por si só já é digno de nota. A atriz-mirim Isabelle Fuhrman é um achado, contribuindo com propriedade para o aspecto perturbador que emana do trecho final da história.

Os Picaretas (Frank Oz, 1999) 8/10

Com: Steve Martin, Eddie Murphy, Heather Graham, Christine Baranski, Adam Alexi-Malle

Escrito por Steve Martin e dirigido por Frank Oz, Os Picaretas lembra outro grande momento da dupla onde Martin se reuniu a outro ator de peso para fazer comédia (Michael Caine em Os Safados, de 1988). Como o parceiro da vez é Eddie Murphy, o resultado é levemente mais escrachado que sutil, mas decididamente hilário. Martin é Bowfinger, um diretor-produtor falido que consegue finalmente engatar um projeto maluco para filmar uma ficção científica absurda com o maior astro do momento (Murphy), sem que ele sequer saiba disso! A equipe de apoio de Bowfinger é uma piada, à qual se junta mais tarde um rapaz inocente que é praticamente um sósia do ator principal (de novo Murphy). Ao mesmo tempo uma sátira e também uma homenagem ao mundo do cinema, Os Picaretas carrega todo um estilo Ed Wood de ser, trazendo momentos isolados que são de matar de rir - a cena em que Eddie Murphy precisa atravessar a rodovia quase me dá um troço toda vez que assisto ao filme. Murphy, por sinal, demonstra aqui que pode ser simplesmente genial quando o material é bom. E uma sequência não seria má ideia para nenhum dos envolvidos na produção.

Divagações postadas por Edward de 1 de Outubro de 2009