Cinema

O Sacrifício

O Sacrifício
Título original: The Wicker Man
Ano: 2006
País: Estados Unidos
Duração: 102 min.
Gênero: Terror
Diretor: Neil LaBute (O Vizinho, Morte no Funeral, Uma Manhã Suave)
Trilha Sonora: Angelo Badalamenti (Lei e Desordem, Veludo Azul, A Hora do Pesadelo 3 - Os Guerreiros dos Sonhos)
Elenco: Nicolas Cage, Ellen Burstyn, Kate Beahan, Frances Conroy, Molly Parker, Leelee Sobieski, Diane Delano, Aaron Eckhart, James Franco, Jason Ritter
Avaliação: 2

Refilmagem de O Homem de Palha (1973), que trazia o ícone Christopher Lee num papel que na nova versão foi parar nas mãos da veterana Ellen Burstyn. Pelo que se pode perceber do que dizem aqueles que já assistiram ao original (ainda não tive a honra), o que era bacana e bem-feito mais uma vez foi transformado num amontoado de asneiras vazias, de produção caprichada e tratamento completamente equivocado. Ver o nome de Nicolas Cage associado a um terror chinfrim como esse é o que causa ainda mais espanto.

Cage faz as honras de um policial sem vida fora do trabalho que, após falhar ao resgatar uma mulher e uma menina de um acidente de carro, decide investigar uma nota enviada a ele por sua antiga namorada (Kate Beahan). Desesperada com o sumiço da filha pequena, ela faz com que ele viaje até a ilha onde está, um refúgio isolado do resto do mundo onde todos se comportam de maneira completamente bizarra e anti-social. A investigação do policial toma rumos cada vez mais estranhos, principalmente quando ele se defronta com a líder espiritual da comunidade, a altiva irmã Summersisle (Ellen Burstyn).

Fizeram tudo errado. E o problema começa na concepção da história, que falha vergonhosamente ao entrelaçar inexplicáveis pesadelos de cunho sobrenatural com uma resolução final metida a engraçadinha. Se não fosse tão trágico ver Nicolas Cage tentando dar dignidade a um filme natimorto, poderia até haver alguma graça em suas tentativas constrangedoras de colocar um pouco de vida na história tosca. Porque, no geral, o resto do elenco não ajuda em nada. Seja pela antipatia crônica de quase todo mundo (ok, ok, Leelee Sobieski passa), seja pelo tom fora dos eixos que é dado ao nível de bizarrice do pessoal que habita a "vila" de doidos, que é capaz de deixar a "vila" de M. Night Shyamalan simplesmente no chinelo.

As alucinações de Nicolas Cage, que rendem alguns sustos esparsos, e a caracterização de Ellen Burstyn, que ainda retém uma beleza austera que casa muito bem com sua personagem, são praticamente as únicas coisas que se mostram dignas de algum crédito no filme de Neil LaBute. O roteiro faz uma confusão danada com as percepções do personagem principal, além de apresentar um suspense sofrível e cheio de panca supérflua, com um desenvolvimento coalhado de furos.

O pior é que o quase ex-astro de filmes de ação também paga mico como produtor da película. De remakes indecentes o cinema está cheio, e isso é só mais um sinal de que o horror em Hollywood precisa desesperadamente de novas idéias para renascer das cinzas...

Visto no cinema em 30-OUT, Segunda-feira, sala 6 do Multiplex Pantanal - Texto postado por Kollision em 4-NOV-2006