Cinema

Les Week-ends Maléfiques du Comte Zaroff

Les Week-ends Maléfiques du Comte Zaroff
Título original: Les Week-ends Maléfiques du Comte Zaroff
Ano: 1976
País: França
Duração: 85 min.
Gênero: Terror
Diretor: Michel Lemoine
Trilha Sonora: Guy Bonnet
Elenco: Michel Lemoine, Howard Vernon, Joëlle Cœur, Nathalie Zeiger, Martine Azencot, Maria Mancini, Stéphane Lorry, Robert Icart, Sophie Grynholc, Patricia Mionnet, Manu Pluton
Distribuidora do DVD: Mondo Macabro
Avaliação: 3

Mais um título que caiu na obscuridade graças à censura vigente da época, este filme nada mais é do que uma grande desculpa esfarrapada para o diretor e astro Michel Lemoine apresentar uma série de francesas gostosonas nuas, que na contagem final talvez nem cheguem a sete como clama o título americano do filme, Seven Women for Satan. A conversão do título é absurda e passa uma idéia completamente equivocada sobre do que a história se trata. Não há nada de satânico aqui, a não talvez ser o fato do personagem principal ser um doente mental que faz pobres mulheres incautas de vítimas.

O conde Boris Zaroff (Michel Lemoine) é um executivo que costuma passar os fins de semana em suas fazendas e nas propriedades que adquiriu recentemente no campo. O que muita gente não sabe é que o cara tem um lado esquizofrênico, em que todo o tipo de perversão e sadismo é permitido. A loucura de Zaroff é na verdade alimentada por um mordomo sinistro (Howard Vernon), que assumiu para si a missão de perpetuar e zelar pelo nome maldito dos Zaroff, clã ao qual sua família serve com total subserviência há muitas gerações. Só que a sucessão de barbaridades do conde é ameaçada pela aparição cada vez mais constante do fantasma de uma moça morta dentro de sua propriedade (Joëlle Cœur).

Zaroff é um personagem que havia sido visto pela primeira vez num filme chamado The Most Dangerous Game (Irving Pichel e Ernest B. Schoedsack, 1932), tendo sido também abordado num longa de Jesus Franco, com quem o diretor Michel Lemoine já trabalhara. De desenvolvimento medíocre e contando somente com um fiapo de história que a platéia é obrigada a subentender a partir de uma colagem de pretensiosas cenas sem sentido, o filme de Lemoine tenta ser uma fantasia de horror com elevado tom erótico. No meio do caminho há passagens também profanas, como a da loira peituda que rebola nua diante de uma imagem religiosa, e num delírio tem os seios acariciados pela imagem que ganha vida. Percebe-se uma vontade latente por trás do estilo do diretor, que foi ator durante anos antes de se aventurar atrás das câmeras, em querer estampar em seu filme a alcunha de trabalho de arte, idéia que proliferava com força na França da década de 70. É cinema, é trash, é passável como diversão de categoria B, mas atribuir o status de arte a algo tão carente de sentido é ir longe demais.

Em meio ao ritmo irregular, a bizarrice inexplicável do tal conde pode ser capaz de manter o interesse pelo longa (perseguir mulheres nuas pela floresta, espancá-las sem motivo ou preparação alguma, soltar um doberman sinistro sobre elas, entre outras coisas), mas os únicos aspectos dignos de alguma menção honrosa são a trilha sonora, cheia de teclados e extremamente dissonante de um tom que seria mais adequado à natureza violenta e sobrenatural da história, e o final engraçadinho, que dá um jeito de matar dois coelhos em uma só tacada e ajuda a elevar a pouca estima que o filme havia conquistado até então. O resto é só confusão, loiras nuas rebolando e uma experiência que fica bem abaixo da média na avaliação geral.

O DVD tem áudio em inglês e francês, com opção de legendagem em inglês. Na seção de extras há uma entrevista atual com o diretor Michel Lemoine falando sobre sua carreira, o trailer da produção, artigo em texto sobre o filme e biografias de Lemoine, Howard Verson, Joëlle Cœur e do editor Bob Wade.

Visto em DVD em 27-DEZ-2006, Quarta-feira - Texto postado por Kollision em 30-DEZ-2006