Cinema

U-571 - A Batalha do Atlântico

U-571 - A Batalha do Atlântico
Título original: U-571
Ano: 2000
País: França, Estados Unidos
Duração: 116 min.
Gênero: Guerra
Diretor: Jonathan Mostow (O Exterminador do Futuro 3 - A Rebelião das Máquinas, Substitutos)
Trilha Sonora: Richard Marvin (Interceptor 2 - Projeto Secreto Aurora)
Elenco: Matthew McConaughey, Bill Paxton, Harvey Keitel, Jake Weber, David Keith, Thomas Kretschmann, Jon Bon Jovi, Jack Noseworthy, Tom Guiry, Will Estes, Terrence 'T.C.' Carson, Erik Palladino, Dave Power, Derk Cheetwood, Matthew Settle
Distribuidora do DVD: Universal
Avaliação: 9

Uma das faces da Segunda Guerra Mundial menos exploradas em filmes é o combate em água, com navios e submarinos. A preferência sempre foi pelo combate terrestre e aéreo, que renderam incontáveis filmes de qualidade variada ao longo dos anos. Porém, tão essencial quanto o exército e a aviação, a marinha desempenhou um papel de crucial importância para a vitória dos aliados sobre o eixo, como pretende demonstrar o longa U-571 - A Batalha do Atlântico.

Durante a Segunda Guerra, os alemães singraram os oceanos com submarinos virtualmente indestrutíveis, os chamados U-boats. Além disso, eles usavam um sistema de criptografia especial denominado Enigma, um código impossível de ser decodificado. Quando chega a informação de que um U-boat avariado está à deriva no Oceano Atlântico, uma equipe de submarinistas comandada pelo talentoso mas inexperiente capitão Tyler (Matthew McConaughey) é reunida às pressas, unindo-se a dois oficiais de alto escalão e partindo numa missão especial: antecipar-se à marinha alemã, abordar o U-boat passando-se pelo inimigo e se apoderar das máquinas codificadoras do Enigma, afundando o submarino a seguir.

Este pequeno capítulo dentro da maior movimentação bélica da história mundial parece ser, a princípio, desprezível. Em termos de suspense e adrenalina, no entanto, não deixa nada a desejar aos melhores filmes de ação. A abordagem do submarino é carregada de uma tensão respeitável, estampada nas faces dos jovens cadetes arrastados para uma missão suicida. Toda a seqüência consegue retratar com bastante realismo o horror de arriscar a vida em campo totalmente desconhecido. Boa parte da história se passa dentro dos ambientes gotejantes de submarinos, imprimindo uma sensação de claustrofobia que se desvanece com o passar do filme, à medida que a tripulação diminui em conseqüência das várias surpresas que aparecem. Tudo muito bem orquestrado e acompanhado por uma boa trilha de ação. A eficiência deste trabalho do diretor Jonathan Mostow foi tanta que ela lhe garantiu a direção do disputado Exterminador do Futuro 3 - A Rebelião das Máquinas.

O roteiro esmera-se em ser fiel ao aspecto técnico, apesar de algumas passagens forçadas. No entanto, seu principal mérito está em não ceder aos clichês, principalmente àqueles que envolvem superiores (como o comandante feito por Bill Paxton) e oficiais de fora que chegam para assumir o comando (Jake Weber e David Keith). Mais do que nunca, o roteiro faz questão de enfatizar que as pessoas mostradas no filme estão num esforço de guerra, que exige delas a máxima correção e não faz concessões a guinadas absurdas na história. Todo o elenco está bem, em especial Harvey Keitel como o experiente e fiel braço direito de McConaughey. A única ressalva é a presença do dublê-de-ator Jon Bon Jovi como um personagem inútil, talvez por conseqüência de alguma imposição do estúdio.

Vários depoimentos de veteranos da Segunda Guerra, que trabalharam com Jonathan Mostow na elaboração do filme, aparecem nos featurettes da seção de extras do DVD. Hás seis destes documentários curtos, incluindo um filme original da década de 40 e a abordagem de alguns submarinos alemães idênticos ao mostrado no filme. Completam o pacote o trailer de cinema, notas de produção e biografias do elenco e do diretor.

Texto postado por Kollision em 3/Janeiro/2005 - Revisto em 3/Março/2006