Cinema

A Mulher-Lobo de Londres

A Mulher-Lobo de Londres
Título original: She-Wolf of London
Ano: 1946
País: Estados Unidos
Duração: 61 min.
Gênero: Suspense
Diretor: Jean Yarbrough
Trilha Sonora: William Lava, Frank Skinner
Elenco: June Lockhart, Sara Haden, Don Porter, Jan Wiley, Lloyd Corrigan, Dennis Hoey, Martin Kosleck, Eily Malyon, Frederick Worlock
Distribuidora do DVD: Universal
Avaliação: 5

Transformar o lobisomem em uma mulher, após o encerramento do ciclo de filmes de monstros da Universal, foi uma idéia traiçoeira e que pegou muita gente de surpresa na época do lançamento de A Mulher-Lobo de Londres. Teve gente que achou que veríamos uma mulher transformar-se em lobo como Lon Chaney Jr., ou que mesmo um novo ciclo de filmes estava se iniciando do zero. Nenhuma das duas opções se aplica, e é compreensível que muita gente se sinta traída pelo título do filme. Afinal, esta é meramente uma obra de mistério que usa como pano de fundo a lenda do lobisomem.

Dentro da família Allenby existe um mito que os envolve com lobisomens, mas isso é nada mais que uma lenda sem fundamento algum. Pelo menos é nisso que acredita a jovem Phyllis (June Lockhart), até o momento em que um homem é encontrado morto pela Scotland Yard, no que os jornais passam a atribuir ao ataque de um lobisomem fêmea. Prestes a se casar com um advojado (Don Porter), Phyllis passa a sofrer com os indícios de que talvez possa ter sido a responsável pelos assassinatos durante a noite, sem se lembrar de nada no dia seguinte. Contando apenas com a ajuda de uma governanta de interesses excusos (Sara Haden) e de sua filha e melhor amiga (Jan Wiley), Phyllis vê o cerco da polícia se fechar, à medida em que a investigação os aproxima da mansão da família Allenby.

Demora um pouco para que o espectador desavisado se dê conta da real natureza do filme. Com subtramas estranhas para um conto de horror sobrenatural, e uma duração que quase fica inferior a uma hora somente, o filme é feito a partir do mistério clássico que, no final, apontará para um único e indefectível culpado. Embora isso definitivamente não agrade aos fanáticos pelos filmes de monstros, é preciso admitir que a abordagem diferenciada veio em boa hora, evitando mais uma vez outra reciclagem do batido tema do bicho que no final é morto por uma bengala de prata ou pelo desmoronamento de um castelo em ruínas.

O Lobisomem de Londres

O cuidado com a produção é o padrão ao qual todos se acostumaram, e o roteiro se desenvolve de forma coerente e fluida, neste aspecto beneficiado, obviamente, pelo curtíssimo tempo de duração da película. Praticamente nenhum sangue ou ato de violência é mostrado, tudo é implicado por gritos e sons na noite. Porém, a previsibilidade que se instala a meio caminho e a falta de um distanciamento mínimo dos clichês do gênero tiram o brilho do que poderia ter sido um esforço bastante válido dos estúdios Universal. Quem rouba a cena no elenco é a memorável megera feita por Sara Haden. E a curiosidade é ver como a jovem June Lockhart se parece bastante com Christina Ricci, outra atriz que recentemente também esteve envolvida num filme de lobisomem (Amaldiçoados, 2005, de Wes Craven).

O filme vem numa edição em DVD conjunta com O Lobisomem de Londres (Stuart Walker, 1935), e possui como único extra relacionado o trailer da produção.

Visto em DVD em 30-DEZ-2006, Sábado - Texto postado por Kollision em 3-JAN-2007