Cinema

A Sentinela dos Malditos

A Sentinela dos Malditos
Título original: The Sentinel
Ano: 1977
País: Estados Unidos
Duração: 92 min.
Gênero: Terror
Diretor: Michael Winner (A Arte de Matar, Firepower - Poder de Fogo, Desejo de Matar 2)
Trilha Sonora: Gil Melle
Elenco: Cristina Raines, Chris Sarandon, Martin Balsam, Burgess Meredith, José Ferrer, Ava Gardner, Arthur Kennedy, John Carradine, Fred Stuthman, Sylvia Miles, Deborah Raffin, Eli Wallach, Christopher Walken, Jerry Orbach, Beverly D'Angelo, Hank Garrett, Robert Gerringer, Jeff Goldblum, Nana Visitor, Tom Berenger, William Hickey, Lucie Lancaster, Gary Allen
Distribuidora do DVD: London Films
Avaliação: 7

Pode não parecer de início, mas A Sentinela dos Malditos faz parte da onda de obras de terror de cunho satânico e apocalíptico que proliferaram durante a década de 70. A grande curiosidade sobre o filme é a quantidade de astros da época e futuros rostos conhecidos reunidos no elenco, o que faz dele um verdadeiro e delicioso quem-é-quem para os cinéfilos de plantão. Comandado por Michael Winner, o homem por trás da série Desejo de Matar, o filme trabalha com mitos da igreja, reencarnação e histórias de fantasmas para criar um estranho amálgama que, se não é de todo convincente, pelo menos traz várias passagens dignas de nota dentro do gênero.

Disposta a arranjar um espaço para si mesma, a modelo Alison (Cristina Raines) aluga um apartamento em Nova York para que possa morar sozinha, mesmo contra os protestos de seu namorado advogado (Chris Sarandon). No entanto, ao começar a tomar contato com seus estranhos vizinhos, entre eles um padre cego e recluso que sempre a observa da janela mas nunca sai de seu apartamento, ela passa a sofrer desmaios aleatórios e a suspeitar que pode haver algo de errado com o lugar onde vive. A recente morte do pai, com o qual ela mantinha uma relação não muito próxima, ajuda a agravar as estranhas aparições que ela passa a presenciar com freqüência cada vez maior.

O clima conseguido por Michael Winner consegue muito corajosamente prender a atenção do espectador e tenta desviá-la dos eventuais deslizes do roteiro. O trecho envolvendo a protagonista, seu pai e a tentativa de suicídio é decisivo para preparar o terreno para o que está por vir, o que não é pouca coisa, em se tratando de sangue e gore. Parece até mesmo que Winner estava um pouco influenciado pelo cinema italiano de horror, berço de mestres como Dario Argento. Embora nada muito assustador seja conseguido, o trabalho de maquiagem do elenco do além é um primor, tornando tudo bastante macabro e incômodo. A seqüência final, em que uma horda de mortos se levanta do solo liderada pelo coisa-ruim, é fantástica e chama a atenção pela qualidade da maquiagem. Tenho sérias dúvidas se as aberrações que desfilam neste trecho do filme não eram de fato pessoas reais substituindo pelo menos em parte os atores trabalhando sob maquiagem pesada. O efeito é simplesmente impressionante.

Cristina Raines faz um trabalho decente como a moça cujo destino parece traçado por uma maldição. Não se pode dizer o mesmo de seu companheiro de cena Chris Sarandon, visivelmente o membro mais fraco de todo o elenco. Burgess Meredith está sinistro como o vizinho que não é quem parece ser, e até mesmo Ava Gardner dá o ar de sua graça como a elegante e estranha corretora que arranja o encosto na vida da heroína.

De extras no DVD há apenas o trailer original do filme (que não deve ser visto antes do longa em hipótese alguma), biografias de Chris Sarandon e Cristina Raines e uma galeria de fotos animada de pouco menos de 1 minuto.

Texto postado por Kollision em 12/Setembro/2005