Cinema

Satánico Pandemonium - La Sexorcista

Satánico Pandemonium - La Sexorcista
Título original: Satánico Pandemonium - La Sexorcista
Ano: 1975
País: México
Duração: 89 min.
Gênero: Terror
Diretor: Gilberto Martínez Solares
Trilha Sonora: Gustavo César Carrión
Elenco: Cecilia Pezet, Enrique Rocha, Delia Magaņa, Clemencia Colin, Sandra Torres, Adarene San Martin, Patricia Alban, Yayoi Tokawa, Amparo Fustenberg, Paula Aack, Laura Montalvo, Verónica Ávila, Leo Villanueva, Daniel Albertos, Verónica Rivas, Valeria Lupercio
Distribuidora do DVD: Mondo Macabro
Avaliação: 4

O nome extremamente sugestivo de mais esta película maldita vinda da terra de Chaves e Chapolin esconde um trabalho de nunsploitation que, infelizmente, não corresponde à expectativa gerada. Ainda assim tido como um dos mais proeminentes representantes de um dos sub-gêneros mais obscuros do cinema de horror, Satánico Pandemonium não chega a pegar muito pesado na ousadia, e serve pelo menos como uma razoável porta de entrada para quem não conhece o nunsploitation, vertente que transforma freiras em servas do demônio e veículos pra todo o tipo de maldição e perversão associadas ao macabro.

Não há muito de história no filme, cuja trama se confunde com a essência do sub-gênero: freira angelical e bondosa (Cecilia Pezet) é tentada pelo capeta em pessoa (Enrique Rocha), que lhe aparece na figura de um homem charmoso e sedutor. Depois de resistir às primeiras investidas do lado negro, ela se entrega de corpo e alma à auto-flagelação, aos pecados da carne, à disseminação da maldade e à psicopatia assassina. Suas atitudes logo contaminam várias de suas colegas freiras e levam o convento ao caos completo, com ela ascendendo à posição de madre superiora graças à influência de seu novo mestre.

"De prometida de Cristo a escrava de Satã" – tal é a chamada principal de divulgação do filme, estampada na capa do DVD. O esforço de se conceber uma história bizarra sobre a corrupção de uma freira é louvável, mas é uma pena que o diretor não tenha tido um senso de ritmo mais apurado. A fotografia do filme é, por vezes, simplesmente belíssima, mas certas cenas se arrastam por muito mais tempo do que deveriam, comprometendo a narrativa com zonas mortas só interrompidas quando a personagem principal resolve tirar a roupa. E isso ela faz em profusão, na única característica da película onde ela realmente atinge o que promete de início. Com nenhuma outra cena de nudez de nenhuma outra atriz, Cecilia Pezet se torna o centro das atenções da história e, como a moça não chega a ser nenhum estouro (apesar de não ser feia), lá pelo terço final do filme o negócio já entrou em banho-maria.

É possível que católicos e pessoas religiosas em geral se sintam ofendidos com o tema do longa, que zomba da igreja e de seus valores com inevitável empáfia. Afinal, de que outra forma o nunsploitation poderia existir? E não é sabido que desde tempos imemoriais a lascívia e a obscenidade correm soltas nos corredores empedrados de mosteiros e conventos? Neste sentido, o desfecho do filme é uma nítida concessão à censura da época, e acaba por tirar qualquer impacto que o roteiro tencionava obter. Algumas seqüências com sangue, como aquela em que a freira endemoniada tenta estuprar um garoto e termina por matá-lo, praticamente valem a sessão. Mas não adianta esperar por nada bombástico, pois tudo fica nitidamente numa linha abaixo da média.

O disco vem com áudio em espanhol e legendas em inglês. Há uma entrevista de 15 minutos com Adolfo Solares, roteirista do filme e filho do diretor, um especial com o diretor Nigel Wingrove discorrendo sobre os filmes de nunsploitation, um artigo em texto sobre o sub-gênero, biografia do diretor, duas galerias de fotos e um compêndio rápido divulgando outros DVDs da Mondo Macabro.

Visto em DVD em 21-DEZ-2006, Quinta-feira - Texto postado por Kollision em 27-DEZ-2006