Cinema

Tempo Esgotado

Tempo Esgotado
Título original: Nick of Time
Ano: 1995
País: Estados Unidos
Duração: 89 min.
Gênero: Suspense
Diretor: John Badham (Drácula [1979], De Quem é a Vida Afinal?, Trovão Azul)
Trilha Sonora: Arthur B. Rubinstein (Dupla Acusação, Assassinato na Ilha dos Mortos, A Princesa e o Cavalo)
Elenco: Johnny Depp, Christopher Walken, Charles Dutton, Roma Maffia, Marsha Mason, Gloria Reuben, Courtney Chase, Peter Strauss, Bill Smitrovich, G.D. Spradlin, Yul Vazquez, Edith Diaz, Armando Ortega
Distribuidora do DVD: Paramount Pictures
Avaliação: 7

Suspense rápido e rasteiro com a versatilidade característica do veterano diretor John Badham, responsável por pequenas pérolas como Tocaia (e sua continuação), Short Circuit - O Incrível Robô e até mesmo uma sensual versão para a história de Drácula (em 1979, estrelando Frank Langella e Laurence Olivier). Com eventos mostrados em tempo real, ou seja, tudo o que acontece no filme dura na realidade o seu tempo de projeção (quase uma hora e meia), Tempo Esgotado consegue ser interessante o suficiente para prender a atenção da platéia, contando ainda com um talentoso elenco para conseguir tal proeza.

Imediatamente após desembarcar na estação de trem de Los Angeles acompanhado de sua filhinha, Gene Watson (Johnny Depp) é abordado por um estranho (Christopher Walken) que lhe faz uma proposta tão absurda quanto irrecusável: retendo sua filha como refém, ele lhe entrega uma arma e exige que ele mate uma importante senadora (Marsha Mason) em no máximo uma hora e meia, ou a garotinha morre. Perdido, manipulado e vigiado de todos os lados enquanto tenta ao mesmo tempo divisar uma saída e se infiltrar no esquema de segurança do comício da governadora, Watson corre contra o relógio mas não consegue evitar uma decisão que infelizmente precisa tomar, pelo seu próprio bem e pelo bem de sua filha.

Entretenimento rápido é a palavra-chave de Tempo Esgotado. A idéia de um sujeito comum enfrentando uma situação extraordinária é mantida com classe ao longo do filme, que consegue ser tenso sem cair no ridículo ou apelar para efeitos e seqüências mirabolantes.

O bom elenco interpreta o roteiro como um trem desliza suavemente nos trilhos, o argumento é forte e o ritmo do filme é eficiente, desviando os olhos do espectador de algumas falhas na história e maquiando passagens desnecessárias como a seqüência do sonho do protagonista. O problema é que a própria improbabilidade da situação do personagem de Johnny Depp acaba por gerar conflitos, refletidos em sua maior parte no tratamento que é dado ao vilão Christopher Walken no trecho final do filme. Implacável no início, seu misterioso personagem passa a cometer falhas atrozes quando a comitiva de campanha da senadora entra no rolo e o bicho começa a pegar feio. Ainda assim, a química explosiva entre Walken e Depp funciona muito bem, o que eles viriam a repetir quatro anos mais tarde em A Lenda do Cavaleiro Sem Cabeça, de Tim Burton. Outro que se destaca bastante é Charles Dutton (um dos prisioneiros que ajudam Sigourney Weaver em Alien 3), que consegue colocar uma boa dose de credibilidade no engraxate meio surdo que se torna um dos poucos aliados do desesperado protagonista.

O DVD da Paramount é praticamente desprovido de extras, já que vem apenas com o trailer do filme.

Texto postado por Kollision em 10/Março/2005