Cinema

Der Mönch mit der Peitsche

Der Mönch mit der Peitsche
Título original: Der Mönch mit der Peitsche
Ano: 1967
País: Alemanha Ocidental
Duração: 87 min.
Gênero: Suspense
Diretor: Alfred Vohrer
Trilha Sonora: Martin Böttcher
Elenco: Joachim Fuchsberger, Siegfried Schürenberg, Tilly Lauenstein, Harry Riebauer, Günter Meisner, Ilse Pagé, Uschi Glas, Grit Böttcher, Konrad Georg, Siegfried Rauch, Claus Holm, Hans Epskamp, Heinz Spitzner
Distribuidora do DVD: Dark Sky Films
Avaliação: 6

Já que o título em inglês deste obscuro mistério alemão passa uma idéia bastante depreciativa sobre o filme, uma melhor linha de divulgação para ele seria a tradução direta de seu título original, que significa "O Monge com o Chicote". A história é baseada em material de Edgar Wallace, um papa dos contos sobre assassinos misteriosos. Esta adaptação despreocupada consegue ser divertida o suficiente para valer sua estrutura trash, apesar da identificação maluca da figura em capa vermelha com um monge, sendo que ela lembra muito mais um desgarrado da Ku-Klux-Klan (vide a capa do DVD). Talvez na Alemanha os monges se vistam mesmo assim, vai saber...

Um gás letal e mortífero composto à base de ácido prússico (!) cai nas mãos de homem misterioso e do tal assassino de capuz vermelho e chicote mortal. Algum tempo depois, um detento passa a ser sorrateiramente retirado de dentro de um presídio, numa mirabolante manobra para iniciar uma série de assassinatos de moças inocentes de um internato feminino utilizando o gás letal. O homem por trás de tudo, porém, permanece sempre invisível. Responsável por solucionar o caso, o inspetor da Scotland Yard Higgins (Joachim Fuchsberger) acaba tendo que levar a tiracolo seu superior (Siegfried Schürenberg) e suas teorias psicológicas estapafúrdias. O monge do chicote continua a espalhar o terror e os corpos das moças vão se amontoando enquanto, dentro da escola, os suspeitos vão se multiplicando, desde o jardineiro aos mais respeitados professores da instituição.

Começando com uma introdução cheia de estilo e uma trilha sonora que parece saída do seriado brega do Batman (aquele com Adam West e Burt Ward), o filme surpreende pelas situações bizarras que se sucedem em sua primeira meia hora. Toda a amarração do mistério é meio solta e sem nexo, como a maioria das produções do mesmo estilo na época, mas há uma atmosfera de deboche que deixa a história palatável em sua proposta humilde. Ao contrário do que sugerem muitas passagens do roteiro, não há nudez nenhuma das moças durante todo o filme. São todas muito bonitas, protagonizando também um variado desfile de penteados típicos dos anos 60.

As aparições do tal monge são hilárias, assim como sua mira mortal com o chicote, impiedoso e inclemente ao envolver os pescoços de suas vítimas. O que não funciona muito bem, e que torna as coisas um pouco mais confusas do que o esperado, é a existência de dois malfeitores (o monge escarlate e o detento que sai da cadeia para borrifar o gás mortífero, sem contar o mandante dos crimes) e a ligação cada vez mais nebulosa entre ambos. A profusão de personagens e suspeitos também torna difícil para a platéia de primeira viagem uma associação mais eficiente das fisionomias. A patetice exagerada de sir John, o inspetor idiota que só faz atrapalhar a investigação, beira as raias da irritação desnecessária. Com todos estes probleminhas, é de se louvar o nível de satisfação leve que o filme proporciona.

A edição em DVD da Dark Sky Films vende gato por lebre, já que não traz a película com o áudio original em alemão, e sim com uma dublagem provavelmente duvidosa em inglês. O único extra presente é uma pequena galeria de fotos da produção.

Texto postado por Kollision em 20/Novembro/2005