Cinema

Liquid Sky

Liquid Sky
Título original: Liquid Sky
Ano: 1982
País: Estados Unidos
Duração: 111 min.
Gênero: Ficção científica
Diretor: Slava Tsukerman (Perestroika)
Trilha Sonora: Brenda Hutchinson, Clive Smith, Slava Tsukerman
Elenco: Anne Carlisle, Paula E. Sheppard, Susan Doukas, Otto von Wernherr, Bob Brady, Elaine C. Grove, Stanley Knapp, Jack Adalist, Lloyd Ziff, Harry Lum, Roy MacArthur, Sara Carlisle, Nina V. Kerova
Distribuidora do DVD: Cult Classic DVD
Avaliação: 9/10

Visto em DVD em 19-FEV-2011, Sábado

Liquid Sky é um filme estranho. Tão estranho que apesar de todas as suas falhas é impossível não se sentir atraído por ele. Tudo em Liquid Sky é bizarro, da atmosfera totalmente fora da realidade ao modo com que o diretor/roteirista russo Slava Tsukerman conduz a história, que bebe da linguagem narrativa de Stanley Kubrick e representa um lado negro para a estética noir de Blade Runner, lançado no mesmo ano. Trata-se de um trabalho completamente independente e de baixo orçamento, considerado por alguns como o primeiro grande filme independente da história, e pode ser resumido sem medo como uma experiência única, imperdível para todos os que curtem cinema de mente aberta. De estrutura fragmentada, após algum tempo entende-se que a história envolve um disco voador que desce em Nova York à procura de drogas (liquid sky, uma gíria norteamericana para heroína). No entanto, as criaturas etéreas logo mudam o foco para uma substância que é produzida no cérebro humano quando as pessoas fazem sexo, e uma modelo que vive dentro do universo punk (Anne Carlisle) torna-se o epicentro do fenômeno.

Acreditem, Liquid Sky é bem mais fora dos eixos do que essa breve sinopse é capaz de indicar. Há inúmeras ideias malucas acerca dos ETs, dos personagens e do mundo da moda, que obviamente não vou colocar por aqui para não estragar a graça de quem ainda não assistiu ao filme. Há uma ênfase grande no uso de drogas e na sexualização da sociedade, com ecos críticos mais do que evidentes e algumas linhas de diálogo que impressionam pelo tom provocador, quase épico-apocalíptico. A direção de arte é um achado para um trabalho de baixo orçamento, tal qual a trilha sonora eletrônica e opressiva. Seria esse o resultado do choque cultural de se ter toda uma equipe russa filmando nos EUA? Vistas de forma isolada, as interpretações soam mecânicas, frias e sem vida, mas elas casam perfeitamente com o ambiente do filme. E se eu tive dúvidas sobre o talento do elenco, elas foram totalmente dissipadas assim que subiram os créditos finais. Fui pego completamente de surpresa! A melhor dica que posso dar é que não leiam nada mais sobre Liquid Sky antes de assisti-lo.

O único extra do disco é uma galeria de fotos.