Cinema

A Casa de Frankenstein

A Casa de Frankenstein
Título original: House of Frankenstein
Ano: 1944
País: Estados Unidos
Duração: 71 min.
Gênero: Terror
Diretor: Erle C. Kenton (O Fantasma de Frankenstein, A Casa de Drácula)
Trilha Sonora: Hans J. Salter (Frankenstein Encontra o Lobisomem, O Filho de Drácula)
Elenco: Boris Karloff, Lon Chaney Jr., John Carradine, Glenn Strange, J. Carrol Naish, Elena Verdugo, Anne Gwynne, Peter Coe, Lionel Atwill, George Zucco, Sig Ruman, William Edmunds, Charles F. Miller, Philip Van Zandt, Julius Tannen, Hans Herbert, Michael Mark
Distribuidora do DVD: Universal
Avaliação: 5

Esta produção representa o início do final da era de ouro do horror no cinema. Primeira parte de um reaproveitamento barato de tudo o que havia sido feita até então com os monstros clássicos (a segunda parte é A Casa de Drácula, que fica praticamente no mesmo nível), A Casa de Frankenstein tem ao menos uma curiosidade inegável: a presença de Boris Karloff no papel do cientista louco que segue os passos da linhagem nefasta dos Frankenstein, que no passado gerara um monstro que ele próprio interpretara com tremendo sucesso. Só isso praticamente vale o filme, uma vez que é só graças a Karloff e sua interação com J. Carrol Naish (o corcunda) que a história consegue apresentar algum diferencial.

Assim como no filme seguinte, este aqui alega conter não somente os três monstros principais – Frankenstein (Glenn Strange), Drácula (John Carradine) e o Lobisomem (Lon Chaney Jr.) – mas também outros dois, que seriam o cientista louco (Karloff) e seu auxiliar corcunda (Naish). A história se inicia com a fuga de Gustav Niemann, o cientista, da prisão juntamente com seu lacaio. Eles tomam posse de um circo de aberrações itinerante e rumam em direção a Visaria (Vasaria nos longas anteriores), em busca de vingança contra aqueles que os trancafiaram no calabouço. No percurso, o cadáver de Drácula é reanimado, eles reencontram o monstro de Frankenstein e o Lobisomem congelados sob as ruínas de um castelo e recebem a adição de uma cigana desgarrada (Elena Verdugo) no grupo. Apaixonado pela moça, o corcunda vê suas esperanças irem para o brejo quando ela dá bola para Larry Talbot, o Lobisomem. E o circo está armado para mais um final cheio de raios e destruição.

Talvez os saudosistas se empolguem um pouco mais com o festival de idiossincrasias contido neste trabalho, um filme rasteiro e sem-vergonha feito meramente para capitalizar e faturar os últimos trocados em cima da definhante série de monstros. A continuidade, que era algo que havia sido conduzido com um mínimo de lógica até o melhor Frankenstein Encontra o Lobisomem (1943), é simplesmente mandada às favas, e uma subtrama inteira e isolada existe apenas para justificar a presença do Drácula de John Carradine, definitivamente uma criatura de concepção já sugada até a alma, e o personagem que menos tinha a contribuir com qualquer coisa de valor à história. Com seu semblante de perdido, Lon Chaney Jr. é outro que nada faz para acrescentar algo de novo.

Como mencionado acima, ao menos a presença de Boris Karloff e de J. Carrol Naish rendem momentos dignos de nota. Em especial quando Elena Verdugo entra em cena. A moça exagera um pouco em sua interpretação nas últimas cenas, mas mantém acesa a chama do conflito que salva o filme de uma repetição quase total. Outro ponto positivo são alguns dos cenários usados, como o espetacular subterrâneo de gelo onde Frankenstein e o Lobisomem são encontrados. O final é bacana e movimentado e, como toda a história já fica bagunçada por aqui mesmo, nem adianta esperar encontrar alguma ligação lógica entre este filme e o próximo (A Casa de Drácula). O nível de diversão inocente permanece o mesmo.

O único extra presente no DVD da Universal é o trailer da produção.

Visto em DVD em 17-DEZ-2006, Domingo - Texto postado por Kollision em 21-DEZ-2006