Cinema

Furyô Anego Den - Inoshika Ochô

Furyô Anego Den - Inoshika Ochô
Título original: Furyô Anego Den - Inoshika Ochô
Ano: 1973
País: Japão
Duração: 89 min.
Gênero: Ação
Diretor: Norifumi Suzuki (Seijû Gakuen, Dabide No Hoshi: Bishoujo-gari)
Trilha Sonora: Ichirô Araki
Elenco: Reiko Ike, Christina Lindberg, Akemi Negishi, Ryôko Ema, Yôko Hori, Nahomi Oka, Rena Ichinose, Hachirô Oka, Shin'ichirô Hayashi, Rie Saotome, Jun Midorikawa, Yôko Mihara, Tadashi Naruse, Takashi Shirai, Tsuyoshi Arita, Yuzuru Moritani
Distribuidora do DVD: Fabulous Films
Avaliação: 9/10

Visto em DVD em 20-MAR-2008, Quinta-feira

A.K.A. Sex & Fury – No início do século XX, o Japão vivia um momento de transição, em que a ideologia samurai dos séculos anteriores era substituída pelo modernismo ocidentalizado. Neste cenário, a jovem jogadora e espadachim Ochô Inoshika (Reiko Ike) jamais deixou de ansiar por uma vingança contra aqueles que assassinaram covardemente seu pai. A oportunidade vem quando ela cruza o caminho de um rebelde samurai em sua luta contra a nova ordem policial, e mais tarde com uma jogadora e espiã ocidental de interesses misteriosos (Christina Lindberg, a musa cult de Anita - Ur en Tonårsflickas Dagbok).

Com sua mistura explosiva de violência, nudez e erotismo, este é sem dúvida alguma um dos melhores exemplares da vertente do pink violence e do sexploitation. Se isso não é suficiente para agradar aos fãs do cinema obscuro, vou mais além e atesto outra característica que distingue este excelente filme de seus pares: a beleza da cinematografia e a técnica do diretor Norifumi Suzuki, muitos anos à frente de seu tempo. Intercaladas na narrativa estão cenas de apuro plástico imbatível, como a luta da anti-heroína nua sob a neve contra um batalhão de inimigos, e outras de puro deleite erótico, onde Christina Lindberg é colocada num pedestal e explorada em seqüências de muito bom gosto. Para os familiarizados com o cinema do diretor Suzuki, vale lembrar que os demais ingredientes que fazem parte de seu portfolio estão devidamente representados: violência, tortura, chicotes, mulheres acorrentadas, lesbianismo, e por aí vai.

O filme é tão bom que até mesmo a esperada narrativa folhetinesca desta vez consegue trazer reviravoltas interessantes, apesar de usar de subterfúgios baratos para seguir adiante, jogar um romance açucarado no meio da balbúrdia e não deixar de lado o típico humor nipônico. Lindberg é a mais canastra do elenco, com seu japonês decorado e seu inglês carregado de sotaque, mas compensa tudo – e como compensa! – com uma desinibição que só não é mais explícita por causa do rígido código de censura japonês. Quanto a Reiko Ike, uma das principais atrizes do gênero, acredito que este seja um dos melhores trabalhos de sua carreira.

Sex & Fury é bombástico, imperdível e essencial para quem deseja conhecer o melhor do que já foi feito no cinema underground de qualquer época ou de qualquer gênero.

O disco da distribuidora Fabulous Films é da região 2 e vem com áudio original em japonês e legendas opcionais em inglês. De extras há somente uma galeria de fotos e pôster, o trailer e uma biografia curta de Reiko Ike.