Cinema

Vida Bandida

Vida Bandida
Título original: Bandits
Ano: 2001
País: Estados Unidos
Duração: 122 min.
Gênero: Comédia
Diretor: Barry Levinson (Quando os Jovens se Tornam Adultos, Um Homem Fora de Série, O Enigma da Pirâmide)
Trilha Sonora: Christopher Young (Chegadas e Partidas, Beary e os Ursos Caipiras, O Grito)
Elenco: Bruce Willis, Billy Bob Thornton, Cate Blanchett, Troy Garity, Brian F. O'Byrne, Stacey Travis, Bobby Slayton, January Jones, Azura Skye, Peggy Miley, William Converse-Roberts, Richard Riehle, Micole Mercurio, Scott Burkholder, Anthony Burch, Sam Levinson
Distribuidora do DVD: MGM Home Entertainment
Avaliação: 9

Juntar um astro de filmes de ação, um ator de prestígio conhecido por fazer filmes mais sérios e uma atriz consagrada com uma indicação ao Oscar numa comédia sobre roubo a bancos pode parecer uma idéia, no mínimo, arriscada. Nas mãos de um diretor meia-boca, essa combinação teria tudo para ser uma grande bomba. Não é este o caso, felizmente, e Vida Bandida resultou na realidade num filme fino, prazeroso de se ver e extremamente valorizado pelo elenco em forma.

Joe (Bruce Willis) e Terry (Billy Bob Thornton) são dois amigos cumprindo pena que, num lampejo de inspiração, conseguem fugir da prisão. Sem delongas, a primeira coisa que a dupla faz ao escapar da cadeia é assaltar um banco. Terry, a parte cerebral (e hilariantemente hipocondríaca) da dupla, bola a original idéia de assaltar bancos por meio do seqüestro do gerente durante a noite, seguido do respectivo arrombamento do cofre pelo mesmo na manhã seguinte. Joe, a parte muscular (e pretensamente galã) da dupla, concorda, e logo eles estão em todos os noticiários de TV conhecidos como "os bandidos que passam a noite" (ou "sleepover bandits"), que não machucam ninguém e são extremamente simpáticos e educados com todas as suas vítimas. Aliados a um destrambelhado fanático por efeitos especiais que sonha em ser dublê em Hollywood (Troy Garity, filho de Jane Fonda), o grupo logo recebe a adição da desiludida mas bela dona de casa Kate (Cate Blanchett), que será na realidade a origem da ruptura na amizade entre os dois amigos assaltantes.

Sem mencionar a boa mão de Levinson na direção do longa, o roteiro é bem sacado e se aproveita bem do carisma do elenco. O filme não perde tempo em relatar o passado dos dois personagens principais (que só é vislumbrado de relance durante os créditos finais), o que foi uma decisão acertada. Billy Bob Thornton entrega as cenas mais engraçadas, quase sempre em contraponto ao personagem de Bruce Willis, que aparenta estar um pouco fora de seu ambiente mas não compromete de forma alguma a obra. Raramente Cate Blanchett esteve tão ruiva, e linda. Uma das melhores seqüências envolvendo os três é Willis e Blanchett dançando ao som de Just the Two of Us enquanto Thornton se contorce em paralisia no chão do bar. Por falar nisso, a trilha sonora é outro ponto forte do filme.

Um injusto fracasso de bilheteria na época de seu lançamento, Vida Bandida foi na realidade uma das melhores comédias de 2001, e se sobressai como um dos melhores trabalhos do diretor Barry Levinson. A única ressalva que pode ser proferida acerca do filme talvez seja sua duração, um pouco acima do que se tomaria como aceitável neste tipo de produção. Nada que tire o brilho da obra, uma diversão de primeira que merece ser vista por todos.

Os extras incluem os trailers do filme e também de Códigos de Guerra, A Guerra de Hart, e Rocky, além do spot de TV da trilha sonora, um making-of de 20 minutos, quatro cenas cortadas, final alternativo e um featurette especial sobre a cena de "entrosamento" entre Cate Blanchett e Bruce Willis.

Texto postado por Kollision em 26/Setembro/2004